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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Startup ESG brasileira transforma lixo em madeira

Madeira Biossintética Feita de Resíduos

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O planeta perdeu o equivalente a um campo de futebol de florestas, por segundo, em 2017, ou mais exatamente, 29,4 milhões de hectares. O dado divulgado pelo relatório Global Forest Watch e revela que este é um segundo recorde de desmatamento desde que o monitoramento começou a ser feito em 2001.

Infelizmente, o Brasil não aparece bem no levantamento. É o país que mais perdeu cobertura florestal. Os principais responsáveis por isso são as indústria agropecuária e mineradora e a extração de madeira. Mas enquanto derrubamos milhares de árvores e destruímos a Floresta Amazônica e o Cerrado, uma tecnologia nacional, desenvolvida por uma empresa brasileira, consegue transformar resíduos sólidos, que iriam parar no lixo, em madeira biossintética. Madeira reciclada e reciclável!

O produto já é produzido nos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Há mais de 20 anos, a empresa detendora da patente pesquisa e desenvolve tecnologias de transformação de resíduos sólidos urbanos e industriais em produtos de alto valor comercial. E um deles é a maderia biossintética (MBS).

Ela é produzida com o chamado Composto Biossintético Industrial (CBS), que é proveniente de qualquer detrito – de embalagem plástica a lixo de banheiro. “A possibilidade de utilizar um recurso que já havia sido desprezado é o ponto-chave do negócio; temos que mudar nossa concepção de lixo, porque ele nada mais é do que uma sobra mal destinada. É uma questão de encontrar a finalidade mais adequada para cada matéria”, afirma o diretor da empresa.

Tipo de detritos utilizados na fabricação

Para a fabricação da madeira biossintética podem ser utilizados: resíduos sólidos agrícolas, resíduos sólidos industriais, resíduos sólidos urbanos, resíduos minerais, lodos e matéria de aterros. Absorve 100% dos resíduos plásticos e de cargas sólidas, que podem ser fibras (naturais ou industriais), cargas minerais (resíduo de mineração), fibras animais (couro, pêlos, etc), entre outros materiais. A qualidade da madeira biossintética depende diretamente da formulação aplicada em cada caso, por isso, é realizada uma pesquisa da composição dos resíduos, do volume e do melhor aproveitamento.

Tipos de utilização e substituição a madeira natural

A madeira biossintética pode ser usada para todos os fins que se emprega a madeira normal, sendo um substituto perfeito. A vida útil estimada é de mais de 100 anos, sendo mais densa que os perfis de madeira e de dureza Janka compatível à madeira de lei. Não suscetível a rachaduras e trincas, não gera farpas, utiliza a mesma fixação das madeiras de lei existentes (colagem, pregos, parafusos), é resistente a pragas, ao óleo diesel, ao óleo mineral e a graxas.

A madeira biossintética não tem adição de agentes e reagentes químicos, mantém sua propriedade física sem deterioração, com excelentes propriedades mecânicas e com peso específico fixo. A MBS permite ser termoformada, pode ser colorida no processo ou posteriormente, pode ser produzida com essências e pode ser produzida com características anti-chamas (V0, V1). Nestes casos, exige formulação específica para tais características, e aí sim a adição ou não de outros componentes no processo (opção do operador da tecnologia/cliente).

É um material 100% reciclado e reciclável, podendo ser absorvido pelo processo a qualquer momento. A Bhioma Inovação é vocacionada para a economia circular, buscando preservar e aumentar o capital natural, otimizar a produção de recursos e fomentara eficácia do sistema. Assim sendo, todo o material da cadeia produtiva poderá retornar ao processo quando necessário.

O Custo da Madeira Biossintética

O valor de comercialização da MBS é sugerido (aproximadamente) R$ 4.000,00 o metro cúbico. Madeiras de qualidade inferior, como o Pinus e o Eucalipto, possuem uma média de preço de R$ 2.000,00 o m3; madeiras de qualidade média, como o Cedrinho, custam em torno de R$ 4.000,00 o m3; e madeiras de alta qualidade, como Itaúba e Ipê, com o preço médio de R$ 8.000,00 o m3. A produção de cada tonelada métrica de madeira biossintética evita o corte de duas árvores adultas de mais de 12 anos, não gera passivos ambientais e nem qualquer tipo de poluição em sua fase fabril.

PARA 1 TONELADA DE MADEIRA BIOSSINTÉTICA PRODUZIDA:

3 árvores adultas deixam de ser cortadas na natureza, principalmente as oriundas de desmatamento ilegal;

500 kg de plástico deixam de ser lançados no oceano;

A emissão de CO2 é compensada através de créditos de carbono ou tokens lastreados por blockchains.

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