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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Comércio projeta crescimento de 29% no Dia dos Namorados

Segundo o comércio, a expectativa para a data é favorável, com movimentação de 1,8 bilhão no varejo, e promete recuperar a defasagem dos índices econômicos do primeiro semestre. Vestuário e perfumaria lideram a lista de produtos mais procurados pelos consumidores.

O dia dos namorados, uma das principais datas do calendário comercial, a terceira mais importante do varejo, neste ano traz projeções favoráveis com estimativa de crescimento de 29%, apenas nesta data, e possibilidade de impulsionar os índices de recuperação da economia. 

A projeção é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em comparação com a mesma data em 2020, período marcado pelo início do processo de flexibilização da economia após as restrições impostas pela pandemia. No entanto, apesar dos indicadores de crescimento animadores, as vendas ainda devem ficar 4% abaixo do patamar verificado em 2019, quando totalizaram R$1,87 bilhão.

Segundo Marco Juarez Reichert, que é administrador de empresas, palestrante, conselheiro de administração e autor do livro “Gestão Sem Estresse: Técnicas e Ferramentas Simplificadas”, isso se traduz em oportunidades para o mercado, não somente de expansão, mas também em um dos desafios do varejo, a fidelização de clientes, principalmente em um cenário como a pandemia: “A tecnologia propicia que se tenha uma abrangência global e isso tem de ser pensado como instrumento, não somente de vendas, mas substancialmente no encantamento de clientes. Para encantar e fidelizar, é preciso antes de tudo criar um canal de relacionamento com o consumidor. O que sua empresa faz diante de reclamações? E no quesito da assistência técnica, resolve, rápida e eficazmente, as solicitações? Lembre-se: o consumidor quer ser agradado, lembrado e recompensado. Isto é uma importante chave para alavancar as vendas”, revela Marco Juarez Reichert.

As projeções da CNC foram feitas com base em dados oficiais da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em âmbito nacional. De acordo com indicadores, o segmento de vestuário, calçados e acessórios, carro-chefe das vendas associadas à data, promete movimentar sozinho R$ 797 milhões, o equivalente a 44% do total. Em 2020, as lojas do ramo de vestuário amargaram perdas de 43% em relação à 2019. Destacam-se ainda os ramos de utilidades domésticas e eletroeletrônicos com R$ 291,8 milhões, supermercados com R$ 204,1 milhões, e farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos somando R$ 168,6 milhões. 

O economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, explica que a expectativa quanto à maior movimentação neste ano advém da redução nos níveis de isolamento social. “Na segunda quinzena de maio do ano passado, por exemplo, a concentração de consumidores em áreas comerciais havia recuado 53% em relação à circulação verificada antes do início da pandemia, de acordo com monitoramento realizado junto ao Google. Embora o consumo presencial ainda não tenha se normalizado, na segunda metade de maio de 2021 a concentração da população nestas áreas aumentou, situando-se 22% aquém da circulação considerada normal”, aponta.

Contudo, Bentes avalia que, embora o aumento projetado este ano seja um dado positivo, “ele sequer repõe a perda do ano passado”. Mesmo assim, o economista entende que, se for confirmado, o resultado deve ser comemorado, porque significa que o varejo está tentando se levantar da crise e isso começa a se verificar, ainda que com taxas modestas.

Marco Juarez Reichert, avalia que há necessidade de mudança de minset para aproveitar o crescimento sazonal e criar um cenário de continuidade: “O comerciante não pode se acomodar. Precisa fazer pesquisa de mercado, de concorrência, para agregar novos valores. Saber o que o outro está fazendo de diferente, de especial, e estar atento às demandas do consumidor na ponta final. Eu preciso entender a frequência de compra do cliente, quem é essa pessoa, para compreendê-lo e buscar a fidelização. Muitos ainda precisam sair do modelo anterior, o da satisfação, para passar para o modo do encantamento ao consumidor. As marcas vencedoras já se deram conta disso há um bom tempo.”, completa Marco. 

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